
Reinicio aqui as lides blogueiras com a recuperação dos poemas fílmicos (na medida em que os reencontre) publicados há já alguns anos na revista Em Cena:
Terras
Sauras Espanhas
Sinto o calor das terras espanhas
De sangue e ardor em doses tamanhas
De raiva e amor nas minhas entranhas
De Lorca o sabor, da caça as patranhas.
Os cães fuzilados à luz do dia
As almas rasgadas em agonia
Mataram cães, mataram poemas,
Nas terras sauras da Andaluzia.
Vejo as figuras em branco e negro
Armando armadilhas, armando o medo,
Cerrando miras de dor, de degredo,
Contando mentiras, apontando o dedo.
A Caça é Regra do Jogo,
A morte é a ferro e fogo
Nas terras sauras, as terras espanhas,
Nas terras espanhas, o logro.
©
Vítor Reia;
Em Cena, nº 7 , Verão 2003, Faro, pg. 54, (Ilustração:
Marina Palácio, Ed.
Paulo Penisga, Ed. Ass.
Gabriela Soares)