Aí, em Abril de 1979 assisti a um concerto dos então já consagrados e incrivelmente ruidosos Motörhead e das novíssimas, mas muito acarinhadas por uma geração de late punks, Girlschool como supporting band no Lyceum de Londres (talvez os meus ouvidos nunca tivessem sido submetidos a tantos decibéis duma vez só e em formato tão concentrado pelo velhinho liceu londrino, a EscoladeRaparigas haveria ainda de servir de banda de suporte e não só aos Uriah Heep e aos Black Sabbath), quando descobri que nessa mesma sala tinha sido gravado há quase 4 anos o magnífico LIVE! que comprei de imediato e no qual me deleitei a descobrir as sonoridades lacrimejantemente rasgadas num contratempo de inevitável balanço a puxar para a dança de baixo ventre. Depois nunca mais deixei de ouvir nem o Marley nem muitos dos seus evangelizados, como o Peps que eu já tinha conhecido nas àguas-furtadas da Lunds Nation ainda em 1973 – Long Live the Jaming Roots!
sexta-feira, 9 de janeiro de 2009
(10) Don't cry ... Jam it over!
Bob Marley (1945 - 1981) foi e é bandeira de várias gerações (à semelhança do Jim), mas eu descobri-o já relativamente tarde porque durante os anos em que ele fez a sua entrada de sucesso no UK e, por tabela, na Europa (1974-76) andava eu muito bem entretido com outras coisas, tais como as filmagens de tudo o que foi movimentação social e política neste jardim à beira-musa plantado, desde os SUV (que não eram carros de tracção às 4 rodas para subir os passeios em Cascais) até às Mocas de Rio Maior (que não eram meninas sem cedilha muito arrebitadas), pelo que as músicas que eu mais ouvia então eram as das sessões de canto livre onde pautava a melhor platibanda de cantautores da casa republicana, laica e revolucionária. Depois veio Novembro com um certo frio imprevisto para o qual não se estava suficientemente agasalhado, os cravos das lapelas dos cantores murcharam um bocado e logo uma série de frieiras que andavam meio envergonhadas (excepto em Rio Maior) foram desabrochando um pouco por todo o lado. E eu, frio por frio, voltei para o da Suécia que sempre era menos bafiento. De novo às voltas com os livros na Universidade de Lund, retornei a Londres na primavera de 79, onde durante quase todas as férias da Páscoa os estudantes de Drama Teatro e Cinema de Lund passavam umas semanas a gastar as suas mesadas estatais (de empréstimo a longo prazo, mas com juros) e os seus magros dividendos de trabalho extra, porque nessa altura ainda não havia Erasmus nem Sócrates (também não era esse não senhor), em idas ao cinema, especialmente no museu do BFI, no teatro da off-scene, nos pubs (o melhor de todos era o Spaniards Inn) e nos concertos que havia todos os dias (e noites) aos montes.
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