domingo, 22 de março de 2009
Informação, Comunicação e Literacia nas Sociedades Modernas
Publicado no Observatório do Algarve em 19/03/2009.
Photo credit: Yurok Aleksandrovich
A informação nas sociedades contemporâneas ainda é «bichinho álacre e sedento»? Ou seja, ainda é o principal móbil de tantos esforços e sacrifícios apenas para garantir o nosso direito ao conhecimento dos factos e dos contextos?
Ou é já, fundamentalmente, uma mercadoria transacionável como qualquer outra e portanto sujeita às vicissitudes da oferta e da procura, usando os seus agentes produtores e difusores, por vezes e até amiúde, todos os meios possíveis e imaginários para a tornarem numa mercadoria mais atraente e apetecível, logo, provavelmente mais rentável?
De facto, as sociedades modernas tornaram-se mais explícitas e transparentes do ponto de vista informativo, mas a tal explicitação e transparência nem sempre corresponde uma dimensão de entendimento e partilha da informação entre todos os elementos que deveriam participar nos processos comunicativos implicados nas actividades de produção, difusão e recepção informativa.
No entanto, a crescente presença dos meios de comunicação - os media - no quotidiano das sociedades modernas e na formatação dos modos de organização desse quotidiano, nomeadamente no que respeita à utilização dos novos media, implica só por si uma maior consciência dos próprios media e das suas funcionalidades.
Esta condição de consciência mediática tem sido identificada em vários contextos de informação, comunicação e educação, vindo a ser designada, cada vez mais assiduamente, por Literacia dos Media.
Um dos principais problemas com que se debate esta nova forma de literacia nesses contextos vários de explicitação e utilização informativa, mas sobretudo relevante no contexto comunicativo, colaborativo, interactivo e multimediático da Internet, é o da credibilidade dos conteúdos e das suas fontes, designadamente no que respeita à sua origem, independência, e natureza dos objectivos reais.
Nestes novos contextos informativos, um estado desenvolvido de Literacia dos Media, nas suas vertentes cultural, crítica e criativa, é um dos melhores instrumentos que se poderá propor aos produtores, difusores e receptores dos media, de modo diferenciado, mas de valor igual.
Essa proposta é um dos grandes desafios que as Universidades devem encarar e assumir na definição das suas missões e objectivos para a modernidade.
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