domingo, 4 de dezembro de 2011

Fílmicos III - Belle de Jour

Bela de Dia
Que à noite
Se transforma
Em dama de jeito
De trazer por casa,
Mas não faz a cama,
Que se arrepia,
É só bela de dia
Quando ouve os guizos
De morte, pintada,
De nova, arredia,
Não dá por nada,
Nem dente nem espada
A atrofia,
Só a noite
E a cama
Da casa, bela moradia,
Mas antes a morte
Que de tal sorte
Ser viva vazia,
De nova,
Aprova
Ser bela de dia.

© Vítor Reia; Em Cena, nº 8 , Inverno/Primavera 2004, Faro, pg. 86-87, (Ilustração: Marina Palácio, Ed. Paulo Penisga, Ed. Ass. Gabriela Soares)

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